GRCSES Valença de Perus

Desfile do Valença de Perus pelo Grupo 3 da UESP em 2018. Foto: Tainã Oliveira/ Equipe SASP 

 

O Centro de Memória Queixadas de Perus (SP) produziu um texto com a memória do Carnaval do bairro de Perus e em especial a escola de samba do bairro: o Valença de Perus. 

Confiram lá que está demais! Tem fotos, áudio de um samba enredo da escola e o trabalho social que o Valença de Perus promove no bairro!

Só clicar na foto abaixo para acessar o texto:GRCSES Valença de Perus

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Ainda há muito trabalho pela frente para contar as histórias da música de Perus. Você pode ajudar comentando nessa postagem com informações sobre a escola de samba, os nomes dos músicos que já passaram pelo Valença e histórias pessoais com a música do bairro.

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Agência Mural de Jornalismo das Periferias tem como missão minimizar as lacunas de informação e contribuir para a desconstrução de estereótipos sobre as periferias da Grande São Paulo

 

O projeto História da Música de Perus participou de uma matéria escrita pela jornalista Jéssica Moreira para a Agência Mural de Jornalismo das Periferias  !

A matéria traz algumas histórias sobre as iniciativas musicais de Perus, Jaraguá, Morro Doce, bairros da zona noroeste da capital sob o ponto de vista de artistas e grupos musicais da região. Há também a participação do grupo de RAP de Perus Procedendo Malvina, da cantora, compositora e poetisa Aryani Marciano do Morro Doce e o grupo de Rap e Reggae do Indaíz, do Jaraguá.

A matéria pode ser acessada pelo link abaixo:

Músicos resgatam memórias de Perus, Jaraguá e Morro Doce

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Ainda há muito trabalho pela frente para contar as histórias da música de Perus. Você pode ajudar comentando nessa postagem com informações sobre a banda, os nomes dos músicos que já passaram pela Lira da Paz e histórias pessoais com a música do bairro e região.

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Benedito Antônio do Carmo “Neca”

Músico multi-instrumentista nascido no bairro de Perus (SP) e uma das personalidades mais carismáticas da música na região

Benedito Antônio do Carmo, mais conhecido como “Neca”, nasceu no bairro de Perus (SP) em 1954. Teve uma infância tranquila brincando no bairro, onde morava em uma casa atrás do campo do Clube Esportivo Portland. Seu pai foi funcionário da extinta companhia férrea The São Paulo Railway Company, Limited. e por isso moravam em uma casa para funcionários da companhia no bairro.
Músico autodidata, Neca iniciou seu interesse pela música desde cedo após brincar com os instrumentos de seus familiares durante a infância e influenciado pela Jovem Guarda: a viola caipira do pai, o violão de seu irmão e um cavaco de sua mãe. Já na adolescência junto de seus amigos do bairro participou de grupos no bairro, na região de Caieiras (SP) e também participou dos grupos musicais de seu padrinho, o professor e maestro Luiz Milano Filho.
Além de uma intensa atividade como instrumentista, sempre acompanhando músicos e musicistas da região, trabalhou muitos anos em empresas ligadas ao ramo da música como vendedor, por exemplo, na extinta Prosom.
Neca é casado com sua companheira Neusa Bergamin e vive em Caieiras (SP). Somando os filhos de seu relacionamento anterior com os filhos de outros relacionamento de sua atual companheira, Neca tem em seu gigante coração 13 filhos, 27 netos e 4 bisnetos!

Confira como foi a conversa com o Benedito Antônio do Carmo no vídeo abaixo:

 

Abaixo galeria de imagens com fotografias da carreira musical de Benedito Antônio do Carmo:

 

Grupos que Benedito Antônio do Carmo participou:

Coral do Gavião Peixoto sob regência de Eliana Rodrigues (década de 1970)
Orquestra e a banda do maestro Luiz Milano Filho “Musical LM” (década de 1970)
Banda Tropical (década de 1970)
Drika e Os Escaravelhos (década de 2010)
Chico’s Band (2016)
Os Nono’s (2019)

 

Todo o conteúdo dessa postagem é baseado em relatos de história oral de Benedito Antônio do Carmo. As fotografias integram o acervo pessoal de Benedito Antônio do Carmo, Mario Rubbo, Luiz Carlos Salgado e Airton da Conceição.

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Entrevistado: Benedito Antônio do Carmo – “Neca”

Data: 08/11/2019

Entrevistadores: Antônio Moacir de Albuquerque e Fábio de Albuquerque

Gravação e edição: Fábio de Albuquerque

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Mario Rubbo

Músico nascido no bairro de Perus (SP) e personalidade importante da música na região

Mario Rubbo nasceu no bairro de Perus (SP) em 1944. Sua família é muito presente na história de desenvolvimento do bairro, sendo uma das primeiras famílias a se instalar na região. Seu avô, Ernesto Bottoni, além de ser comerciante local participou ativamente da comissão para a instalação da energia elétrica no bairro em 1954. Ernesto Bottoni também construiu o primeiro cinema de Perus – o Cine Perus – para seu filho Ercole Bottoni, tio de Mario Rubbo. A construção do Cine Perus teve início 1945 e foi inaugurado em 1948.

Mario iniciou sua vida musical seguindo os passos de seu irmão Orlando Rubbo (conhecido como Xanxin) em 1959, acompanhando a Orquestra do Oswaldinho como ritmista. Após a morte de seu irmão em 1963, ficou um período longe da música. Porém, em 1966 retoma as atividades musicais e funda o grupo 007 junto de seus amigos Noedi e Paulo Pedreiro.

Além de tocar bateria e instrumentos de percussão, Mario Rubbo já teve um bar no bairro que servia de local de ensaios para o grupo 007 e posteriormente trabalhou com a área comercial de vendas, ramo que atua até hoje.
Uma história curiosa sobre a vida de Mario Rubbo é contada no vídeo: a confecção em letras góticas da Ata da Pedra fundamental da Matriz Paroquial Santa Rosa de Lima que foi enterrada em 29 de agosto de 1965. A cerimônia litúrgica foi presidida pelo Cardeal Dom Agnelo Rossi, na época arcebispo da Sé Metropolitana de São Paulo.
Mario Rubbo é casado com sua companheira Eusa Martins Rubbo, tem 3 filhos e 2 netos.

Confira como foi a conversa com o Mario Rubbo no vídeo abaixo:

 

Abaixo galeria de imagens com fotografias da carreira musical de Mario Rubbo:

 

Grupos que Mario Rubbo participou:

Orquestra do Oswaldinho (1959 – 1963)
Conjunto 007 (1966 – em hiato)
Os Manos (década de 1970)
Orquestra do maestro Luiz Milano Filho (década de 1970)
Grupo Trevo (década de 1980)
Grupo Os Cancioneiros (década de 1980)
Ala (década de 1980)
Plataforma 5 (1999 – 2001)
Banda Kraho (2004 – 2009)
Drika e Os Escaravelhos (década de 2010)
Banda AZ- Cardápio Musical (2018 – atualmente)
Os Nono’s (2019)

 

Todo o conteúdo dessa postagem é baseado em relatos de história oral de Mario Rubbo. As fotografias integram o acervo pessoal de Mario Rubbo.

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Entrevistado: Mario Rubbo

Data: 25/10/2019

Entrevistadores: Antônio Moacir de Albuquerque e Fábio de Albuquerque

Gravação e edição: Fábio de Albuquerque

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Eurico Rodrigues dos Santos

Nascido em Igatu (BA), morador de Perus desde 1955 e construtor de instrumentos musicais por mais de 30 anos

 

Eurico Rodrigues dos Santos é morador do bairro de Perus desde 1955, quando veio da cidade de Igatu (BA) com seus pais e irmãos para morarem na antiga Vila Hungareza.

A conversa em vídeo traz registros de suas primeiras lembranças sobre o bairro de Perus antigo, ainda com poucas casas e recém chegada a instalação de energia elétrica em suas vilas. Também, sua infância, a paixão pelo futebol, os domingos na matinê do antigo Cinema de Perus e fatos interessantes da história antiga do bairro.

Aos quinze anos inicia sua vida profissional dedicada à construção de instrumentos musicais, por indicação de seu pai, na fábrica da Tranquillo Giannini. Passou depois pelas fabricantes Del Vecchio, Snake/Ookpik, Finch e Pianofaturas Paulista.

Destas, a fabricante Finch, teve seu início de operações no bairro de Perus, em frente a casa de um de seus sócios, José Maurício. Existiu de 1975 a 1983, quando mudou de endereço para a Rua General Osório, na região central da cidade. Bom, mas daí essa história da Finch traremos em um outro post futuro aqui do blog.

Voltando ao Eurico: com sua aposentadoria em 1992 após trabalhar por um período no Sacolão Perus, o antigo luthier do bairro tem se dedicado à família.

Confira como foi a conversa com o Eurico Rodrigues dos Santos no vídeo abaixo:

 

Fábricas de instrumentos em que Eurico trabalhou:

Tranquillo Giannini

Del Vecchio

Snake/Ookpik

Finch

Pianofatura Paulista

Todo o conteúdo dessa postagem é baseado em relatos de história oral de Eurico Rodrigues do Santos. As fotografias integram o acervo pessoal de Eurico Rodrigues dos Santos.

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Entrevistado: Eurico Rodrigues dos Santos

Data: 12/03/2020

Entrevistadores: Antônio Moacir de Albuquerque e Fábio de Albuquerque

Gravação e edição: Fábio de Albuquerque

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Airton da Conceição

Músico nascido em São Paulo (SP), morador de Perus desde 1960, amante do futebol e da música

 

O segundo entrevistado do projeto foi Airton da Conceição, músico nascido na Vila dos Remédios (SP) e morador de Perus desde 1960. Airton nos recebeu em em sua casa junto de sua fiel companheira, a cachorrinha Panta, para contar sua história no bairro. Entre uma latida e outra da Panta, a conversa fluiu sobre a paixão pelo futebol, o início na música, sua formação como músico pelo Conservatório Musical Nossa Senhora de Fátima (SP), a carreira como professor de música e suas duas filhas. Airton se mantém ativo musicalmente ministrando aulas e tocando com o grupo AZ – Cardápio Musical.

 

Confira como foi a conversa com o Airton da Conceição no vídeo abaixo:

 

Abaixo galeria de imagens com fotografias da carreira musical de Airton da Conceição:

 

Grupos que Airton da Conceição participou:

The King Knight (1967);
Grupo MovJove (1968 – 1972);
The Caravelles (1969);
Kaiphas (1971 – 1974) – mudança repentina de nome para se apresentar no programa de Alencar de Barros (extinta TV Tupi) como “Lois and som forever”;
Samba Show (1976);
Banda do Corujão (1984 – 1987);
Banda do Massa (1992 – 1993);
Banda AZ2 (1998 – 2000);
Banda Kraho (2004 – 2009);
Drika e os Escaravelhos (2013 – 2019);
Banda AZ- Cardápio Musical (2018 – atualmente).

Todo o conteúdo dessa postagem é baseado em relatos de história oral de Airton da Conceição As fotografias integram o acervo pessoal de Airton da Conceição.

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Entrevistado: Airton da Conceição

Data: 13/09/2019

Entrevistadores: Antônio Moacir de Albuquerque e Fábio de Albuquerque

Gravação e edição: Fábio de Albuquerque

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Luiz Carlos Salgado “Lilo”

Músico nascido em Ibiporã (PR), morador de Perus desde 1959 e personalidade influente na música da região

O projeto História da Música de Perus iniciou seu trabalho de coleta de depoimentos de personalidades da região por meio de entrevistas em agosto de 2019. A ideia é apoiar a pesquisa com a documentação da história oral das personalidades do bairro.

Luiz Carlos Salgado, o “Lilo”, foi o primeiro entrevistado e nos recebeu em sua casa para contar sua história no bairro. Lilo – conhecido também como Liloluiz – nasceu no município de Ibiporã, localizado na Região Metropolitana de Londrina (PR), mas se radicou no bairro de Perus com uma atuação musical prolífica na região desde 1971. Além da paixão pela música, Lilo trabalha com desenho e artes gráficas. Tem 3 filhos, 3 netas e 2 netos.

O amor pela música também está presente em seus filhos. Sua filha mais velha, Tatiane Salgado, participou ativamente em seus grupos. Em uma apresentação citada na entrevista do grupo Ala na praça Inácia Dias, cantou durante todo o repertório junto a banda, com apenas nove anos de idade. Além dessa apresentação, acompanhava e se apresentava com o pai em locais de shows da região da zona noroeste de São Paulo.

Seu filho mais novo, Tiago Salgado, segue seus passos na música e também já acompanhou o pai, como no grupo Drika e Os Escaravelhos, além de participar em outros grupos que já atuaram na região.

Confira como foi a conversa com o Lilo no vídeo abaixo:

 

Abaixo galeria de imagens com fotografias da carreira musical do Lilo:

 

Grupos que Lilo participou:

Kaiphas (1971 – 1974) – mudança repentina de nome para se apresentar no programa de Alencar de Barros (extinta TV Tupi) como “Lois and som forever“;

Time do Choro (1977 – 1981);

Simplicidade (década de 1980);

Ciro Barroso Trio (década de 1980);

Ala (década de 1980);

Plataforma 5 (1999 – 2001);

Drika e Os Escaravelhos (2007 – 2015);

Os Nono’s (2019 – atualmente)

 

Todo o conteúdo dessa postagem é baseado em relatos de história oral de Luiz Carlos Salgado. As fotografias integram o acervo pessoal de Luiz Carlos Salgado e Ciro Barroso.

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Entrevistado: Luis Carlos Salgado – Lilo – Liloluiz

Data: 23/08/2019

Entrevistadores: Antônio Moacir de Albuquerque e Fábio de Albuquerque

Gravação e edição: Fábio de Albuquerque

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Ainda há muito trabalho pela frente para contar as histórias da música de Perus. Você pode ajudar comentando nessa postagem com informações sobre os grupos e histórias pessoais com a música do bairro.

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Maestro Luiz Milano Filho (1915 – 1993)

Músico nascido em Mogi Mirim, morador do bairro de Perus e grande personalidade da história da região

O projeto História da Música de Perus digitalizou a gravação de uma apresentação da banda Lira da Paz, realizada em 1980, no bairro da zona noroeste de São Paulo. A cópia, que estava em uma fita K7, foi gentilmente cedida por Elias Aoun, que a preservou por quase 40 anos.

Apesar de todo esse tempo, a fita está em boas condições de reprodução e todo seu conteúdo foi digitalizado para integrar o acervo público deste projeto, com o objetivo de facilitar o acesso a essa gravação.

Abaixo galeria de imagens com a fita K7 preservada por Elias Aoun:

Em 4 de maio de 1980, foi organizada essa apresentação pública no Clube Recreativo e Esportivo MABRA, popularmente conhecido na região como Cine MABRA, que resultou na gravação de um dos episódios do programa “Bandas de todo o Brasil”, da Rádio Record de São Paulo (SP).

Entre a execução das músicas há entrevistas com o maestro Luiz Milano Filho sobre a banda Lira da Paz, Elza Catharina Pedreiro de Gasperi sobre a formação da banda e Evandro Cardoso de Sousa, que falou da importância de se manter as tradições das bandas musicais com as novas gerações.

Durante o programa, houve também apresentação de trechos de solos de pistão por Silvio (sem registro de sobrenome), clarinete por Antonio Molinari e solo autoral de bombardino por Francisco Barbosa, o Chicão. Os depoimentos do secretário da banda Demétrio Vidal Lopes contando um pouco da história da formação, desenvolvimento do bairro de Perus e a configuração da banda Lira da Paz complementam a apresentação. Por fim, o presidente da banda Elias Aoun falou sobre os desafios e dificuldades da manutenção da banda.

No lado A da fita K7, está o primeiro bloco do programa com boa qualidade de gravação e audição. No lado B da fita K7, está o segundo bloco do programa veiculado, mas com qualidade inferior de gravação.

Utilize o player abaixo para reproduzir a cópia da gravação.

Abaixo uma galeria de imagens com momentos da apresentação:

Repertório apresentado

Dobrado 13 listras – autoria de Pedro Salgado;

Dobrado Tenente Anelizio – arranjo de Luiz Milano Filho para a composição de seu professor de teoria musical e harmonia. O nome do compositor não é citado na entrevista, mas possivelmente pode ser Sr. Assis Fernandes, mestre da Banda Melhoramentos (Caieiras-SP);

Está na hora – samba de autoria de Bruno Barbosa;

Maria Auxiliadora – valsa de autoria de Pedro Salgado;

Chorinho da Simone – chorinho de autoria de Francisco “Chicão” Barbosa;

Os meninos da Mangueira – samba de autoria de Rildo Hora e Sérgio Cabral, com arranjo para banda musical;

Flor de Maio – valsa de autoria de Luiz Milano Filho;

Dobrado Irati – autoria do Maestro Azevedo

A Lira da Paz

A Corporação Musical Lira da Paz foi criada em Perus (SP) em 1965 com os esforços e o entusiasmo de Elza Catharina Pedreiro de Gasperi, Olimpio Pedreiro, Gilberto Batista, Luiz Milano Filho, Caetano Xavier de Moraes, Mariano Cruz e Antonio Bartolomeu. Todos reconheceram as capacidades musicais dos músicos da região e acreditaram na possibilidade da criação de uma banda musical.

Após uma primeira reunião em um cômodo cedido por Gilberto Batista, com a presença de outros músicos convidados e personalidades do bairro amantes da música, os fundadores se depararam com um grande problema: havia muitos músicos bons no bairro, mas a banda não tinha instrumentos próprios. Diante disso, Elza de Gasperi, uma amiga sua chamada Guiomar Mosca, Olimpio Pedreiro e Gilberto Batista saíram pelo bairro pedindo doações para custear a compra dos instrumentos.

Com muita dificuldade, mas com empenho de seus dirigentes, aos poucos a banda foi crescendo e apresentava-se com uma formação de 30 a 38 figuras. Eles tocavam em festividades religiosas, comemorações diversas, desfiles cívicos e principalmente no coreto da praça Inácia Dias, além de participar de competições entre bandas do interior do estado e conquistar vários troféus.

A Lira da Paz não tinha sede e, por muitos anos, ocuparam espaços improvisados, inclusive uma sala emprestada pela Sociedade Amigos do Distrito de Perus (SADIP). Até que Elias Aoun, em seu primeiro mandato como presidente da banda, conseguiu com a prefeitura de São Paulo um espaço próximo na Rua Edwiges Dias (hoje denominada Rua Crispim do Amaral), próximo ao terreno conhecido por ter uma “biquinha” de água.

Após quase 30 anos de atuação, a banda passou por um episódio que amargamente decretou seu fim. Elias Aoun, pesquisador da história de Perus e último presidente da Lira da Paz, registra o fim da banda em seu livro sobre as memórias do bairro de Perus:

“A Prefeitura de São Paulo fez várias mudanças em suas regionais administrativas e acabou sendo nomeado para o distrito de Perus o Sr. Edson Guimarães como nosso Sub Regional. Esse senhor apresentou-se a nossa Corporação não só como autoridade municipal, mas como candidato a vereador à Câmara Municipal, propondo a demolição da Nossa Sede por ser velha e de mau aspecto, para construir em seu lugar um prédio de dois andares digno para nossa sede e para tanto exibiu uma planta do projeto que em breve seria aprovado uma vez eleito vereador.
Convocada Assembleia Geral os membros da sociedade depois de discutida a proposta resolveram em concordar com a oferta e decidiram desocupar a sala. Logo após a desocupação a sala foi rapidamente demolida.
Veio a eleição e o candidato da Regional perdeu, perdeu também o emprego porque o partido mudou e as nomeações foram outras.
O lote vazio ficou abandonado e baldio até que o vizinho lindeiro indevidamente ergueu um muro e integrou-o à sua propriedade.

Sem sede, os músicos inativos e sem previsão de nova sede começaram a se dispersar para outras corporações musicais, e nesse meio tempo falece o Sr. Luiz Milano Filho, o estimado e insubstituível maestro. E foi assim que a chama se apagou, acabou-se a Banda da Corporação Musical Lira da Paz, deixando muitas saudades.”

Dados da Corporação Musical Lira da Paz (1965-1993)

Presidentes

Gilberto Batista
Olimpio Pedreira
Mariano Cruz
Antonio Bartolomeu
Demétrio Vidal Lopes
Elias Aoun

Maestro e Dirigente
Luiz Milano Filho

Músicos e integrantes (lista em construção)

João Rufino Fernandes Moreno – saxofone tenor

Silvio – pistão

Antonio Molinari – clarinete

Francisco “Chicão” Barbosa – bombardino

Fernando Barcari

Tote

Zé do Brejo – pistão

Arnaldo Alves – tuba baixo e bombardino

Evandro Cardoso de Sousa

Todo o conteúdo textual dessa postagem é baseado em relatos de história oral de Elias Aoun, de trechos de seu livro sobre a história de Perus e os relatos dos entrevistados nas gravações em áudio aqui presentes. As fotografias integram o acervo pessoal de Elias Aoun.

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Referências e créditos:

Elias AounLembranças de Perus – o bairro dos minérios. São Paulo: Ed. Clanel, 2010.

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Programa Bandas de todo o Brasil da Rádio Record

Banda musical: Corporação Musical Lira da Paz de Perus

Maestro: Luiz Milano Filho

Local: Clube Recreativo e Esportivo MABRA

Data: 04/05/1980

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Maestro Pedro da Cruz Salgado (1890 – 1973)

Músico fluminense, morador do bairro de Perus e patrono do Projeto História da Música de Perus

APRESENTAÇÃO

O projeto História da Música de Perus nasceu no ano de 2013 com o objetivo de pesquisar e tornar pública a história da música deste bairro da zona noroeste de São Paulo (SP). Inicialmente, o resgate da história incluía grupos de Rock da região que tocaram entre as décadas de 1980 e 2010.

Após compartilhar meus planos com amigos e familiares, surgiram dúvidas, críticas, sugestões e, ao longo dos anos, a proposta tornou-se mais abrangente: contar a história da música de Perus, independentemente do gênero musical. O projeto cresceu para que pudesse contemplar o máximo possível da produção musical da região.

A expansão temática da pesquisa justifica-se pela universalidade da música que está presente na história do bairro: das antigas bandas que animavam os bailes da Companhia de Cimento Portland Perus, também dos antigos salões de bailes MABRA e Carramanchão; do samba, que deu origem à Praça do Samba; das músicas dos diversos cultos religiosos; da força do movimento Hip Hop com o Rap; do resgate do jongo na Praça Inácia Dias; dos cortejos de maracatu; além do funk e das diversas vertentes que utilizam a música como parte ou como pano de fundo de suas manifestações políticas, artísticas e culturais.

Após uma pausa na dedicação ao projeto, com a ideia mais amadurecida sobre propósitos, no ano de 2019, fiz o levantamento de três grandes músicos que moraram em Perus: o maestro Pedro da Cruz Salgado, o maestro Luiz Milano Filho e João Rufino Fernandes Moreno.

Como esses músicos já morreram, procurei por familiares e pessoas que tiveram alguma ligação com tais personalidades para encontrar informações sobre suas produções e como ela repercutiam na região de Perus. Algumas dessas pessoas foram entrevistadas, contaram suas histórias e já integram o acervo do projeto.

A pesquisa do projeto História da Música de Perus inicia o ano de 2020 com novidades:

  • o site oficial do projeto, com propostas e espaço de postagens para os avanços da pesquisa;
  • A criação das redes sociais, incluindo grupo no Facebook , perfil no Instagram  e canal do YouTube , para a divulgação dos conteúdos exclusivos da pesquisa.

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